No livro “Eu, bispo exorcista”, o então diocesano de Isernia-Venafro, Itália, descreve suas experiências de exorcista e as surpreendentes conclusões a que foi levado durante uma década de prática do Exorcistado
Mons Andrea Gemma, bispo de Isernia-Venafro
(D. Andrea Gemma, “Io, vescovo esorcista” (“Eu, bispo exorcista”), Editora Mondadori, Milão, 2002, 208 pp. Todas as citações do post são extraídas desse livro. Não sabemos se o livro foi vertido ao português)
Na manhã de 29 de junho de 1992, o novo bispo de Isernia-Venafro, D. Andrea Gemma, saía da Basílica Vaticana, olhando pensativo para a Praça de São Pedro.
As palavras de São Mateus, ”as portas do inferno não prevalecerão” (Mt 16,18), ecoavam em seu espírito com um atrativo sobrenatural. E lhe inspiravam graves considerações:
1) a ação do demônio não só não diminuiu, mas multiplicou-se;
2) o demônio é consciente de que dispõe de pouco tempo;
3) Nosso Senhor Jesus Cristo deu à Igreja enorme poder contra Satanás;
4) para não ser derrotado, o demônio faz tudo para agir no silêncio;
5) chegou o momento de desmascarar a ação insidiosa de Lúcifer e enfrentá-lo de viseira erguida, com as armas de que a Igreja dispõe. (pp. 11-12).
Por que não se fala da necessidade de exorcismo?
Voltando à sua diocese, a 170 km de Roma, D. Andrea decidiu pôr em prática o mandato divino “expulsai os demônios” (Mc 16,17). Porque, explica ele, para o bispo, exorcizar “não é uma escolha, é obrigação” (p. 21).
Dever grave de instituir exorcistas |
O resultado foi surpreendente. O poder do inferno se lhe revelou em todo o seu horror e em toda a sua extensão.
“Quantas vezes — escreve o bispo —, nos meus colóquios cotidianos, freqüentemente difíceis, com os doentes de todo tipo, esta verdade se punha diante de mim: ‘Por que não nos falaram antes destas coisas? Por que não nos alertaram com uma adequada instrução? Por que não nos preservaram a nós, grei de Cristo, da devastação dos lobos famintos?” (p. 113).
“Se todos os bispos fossem como você, estaríamos completamente vencidos, e imediatamente” (p. 12), gritou-lhe um demônio por meio de uma mulher possessa, acrescentando em uma outra ocasião: “[mas] vocês são poucos” (p. 62).
Poder da promessa de Nossa Senhora em Fátima
Em 1992, o prelado publicou a pastoral As portas do inferno não prevalecerão. Nela, alertava:
“A ação infestante e obscura de Satanás [...] está, acreditai-me, mais difundida e é mais nefasta do que se possa pensar” (p. 15).
Na pastoral, D. Andrea convocou a diocese para “uma luta sem quartel, concertada e eficaz contra o mal e as suas artes” (p. 16).
O bispo promoveu orações públicas que congregavam multidões vindas de muito longe. O Maligno se externava visivelmente, e aqueles que sofriam alguma ação diabólica eram levados à sacristia para serem objeto de exorcismos específicos.
Mons Andrea Gemma e Nossa Senhora de Fátima |
Nos exorcismos, D. Andrea pôde constatar o enorme poder de Nossa Senhora e da Igreja sobre as potências do abismo:
“Se quero ver o demônio realmente furioso, basta jogar-lhe água benta, pronunciando esta minha doce certeza: ‘por fim, o Coração materno de Maria triunfará’. ‘Sim!!!’, me responde, sempre rangendo os dentes. Mas algumas vezes acrescenta um desafio: ‘neste meio tempo, quantos levaremos conosco’...” (p. 63).
D. Andrea interrogou várias vezes os demônios possuidores:
— ”Vós, que vexais as vossas vítimas, tirais algum proveito ou alívio disso?
— Não, pelo contrário, nós sofremos um maior agravamento das nossas penas.
— E, então, por que o fazeis?
— Por ódio, por ódio, por ódio” (p. 61).
Continua no próximo post
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